O Brasil Está no Topo da Geração de Energia Limpa. Mas Ninguém Está Falando Sobre Isso
O Brasil lidera silenciosamente na geração de energia limpa, com uma matriz renovável que impressiona o mundo. Entenda como isso aconteceu, e por que quase ninguém fala sobre isso.
temasglobais.com
4/27/20254 min read


Enquanto o mundo busca alternativas sustentáveis, o Brasil já é referência silenciosa na produção de energia limpa. Descubra por quê.
No noticiário, é comum vermos manchetes sobre crises energéticas, mudanças climáticas e a urgente necessidade de transição para fontes renováveis. Mas há um detalhe pouco comentado que muda completamente esse cenário: o Brasil já está entre os líderes globais na geração de energia limpa, e quase ninguém fala sobre isso.
Enquanto muitas nações ainda dependem fortemente de carvão e petróleo, o Brasil avança silenciosamente, construindo uma matriz energética invejável, pautada por hidrelétricas, energia solar, eólica e biomassa.
Neste artigo, vamos entender por que o Brasil é uma potência verde, quais são os desafios dessa liderança, e como esse protagonismo pode afetar diretamente o nosso futuro e o do planeta.
A matriz energética brasileira é (quase) um exemplo para o mundo
87% da eletricidade do Brasil vem de fontes renováveis
Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), em 2024, mais de 87% da eletricidade produzida no Brasil vem de fontes renováveis. Para efeito de comparação, a média global está em torno de 30%. Isso coloca o Brasil no topo entre os países com grandes populações e altas demandas energéticas.
A liderança se deve, principalmente, à forte presença de hidrelétricas, responsáveis por cerca de 55% da geração de energia elétrica do país. Mas o avanço das energias solar e eólica, especialmente nos últimos 10 anos, está mudando o panorama de forma rápida e sustentável.
Energia solar e eólica crescem em ritmo acelerado
O Nordeste virou uma usina natural de vento e sol
A energia eólica já representa cerca de 13% da matriz elétrica brasileira. A maior parte está concentrada no Nordeste, em estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, que possuem uma combinação ideal de ventos constantes e infraestrutura em expansão.
Paralelamente, a energia solar fotovoltaica atingiu recordes nos últimos anos. O Brasil ultrapassou 37 gigawatts de capacidade instalada em 2024, com destaque para sistemas residenciais e comerciais. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o país tem potencial para se tornar uma das maiores potências solares do planeta.
Além disso, o crescimento da geração distribuída, ou seja, aquela feita nos próprios telhados dos consumidores, tornou o brasileiro mais participativo e consciente na transição energética.
A força invisível da biomassa e do etanol
O agro também gera energia limpa, e muita
Outra fonte pouco valorizada, mas extremamente importante, é a biomassa, obtida principalmente de resíduos agrícolas, bagaço de cana-de-açúcar e madeira de reflorestamento. Essa modalidade representa cerca de 9% da matriz elétrica brasileira e contribui duplamente: gera energia e reduz a emissão de resíduos orgânicos.
O Brasil também é um líder mundial em biocombustíveis, especialmente o etanol de cana, usado amplamente nos transportes. Mais de 80% da frota nacional é composta por veículos flex, que podem rodar tanto com gasolina quanto com etanol.
Essas fontes limpas ajudam o país a reduzir sua dependência de combustíveis fósseis, além de promover uma economia circular no setor agroindustrial.
Por que o mundo não fala sobre o exemplo brasileiro?
O protagonismo verde brasileiro ainda é invisível fora das fronteiras
Apesar dos números impressionantes, o Brasil raramente é citado nos debates internacionais sobre energias renováveis. Isso ocorre, em parte, porque a atenção global se volta para países em transição, como Estados Unidos, China e Europa, que ainda lutam para reduzir suas altas emissões de carbono.
Além disso, falta uma política de comunicação internacional mais assertiva, capaz de promover o exemplo brasileiro como modelo de sustentabilidade energética. Muitas vezes, questões políticas e ambientais internas ofuscam as conquistas reais do setor energético.
Contudo, especialistas afirmam que o Brasil tem condições técnicas e climáticas de se tornar um exportador global de energia limpa no futuro, inclusive através de projetos de hidrogênio verde e interconexões elétricas internacionais.
Desafios que o país ainda precisa superar
Sustentabilidade não é só geração, é distribuição e acesso
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta problemas estruturais que precisam ser resolvidos para garantir uma transição energética justa e duradoura:
Dependência hídrica: em períodos de seca, o país precisa acionar usinas térmicas, mais caras e poluentes.
Desigualdade regional: regiões como o Norte ainda têm acesso limitado a energias modernas e confiáveis.
Investimentos irregulares: há anos com maior incentivo, e outros com cortes ou incertezas regulatórias.
Superar esses gargalos exige planejamento, incentivos contínuos e participação ativa da sociedade. Afinal, uma matriz limpa não significa muito se a energia não chegar de forma eficiente e justa a todos os brasileiros.
O papel do consumidor na energia limpa
Você tem mais poder do que imagina
Embora a matriz brasileira já seja majoritariamente renovável, o consumo consciente também é parte essencial dessa transformação.
Instalar painéis solares, consumir menos energia em horários de pico, apoiar empresas sustentáveis e pressionar por políticas públicas são ações possíveis no dia a dia. Além disso, é possível optar por comercializadoras de energia limpa no mercado livre, caso o seu perfil se enquadre.
Quanto mais pessoas se envolverem na discussão, mais força terá o movimento por uma energia acessível, limpa e descentralizada.
O Brasil é gigante em energia limpa, está na hora de reconhecer isso
Enquanto o mundo busca saídas urgentes para a crise climática, o Brasil já percorreu grande parte do caminho. Com uma matriz energética composta majoritariamente por fontes renováveis, o país possui um capital ambiental inestimável, que pode, e deve ser valorizado e replicado.
O que falta agora é dar visibilidade a esse exemplo, investir em inovação, melhorar a distribuição e garantir que os benefícios da energia limpa cheguem a todos.
Você, leitor, também faz parte dessa história. Seja com informação, escolha ou atitude, seu papel é essencial na construção de um futuro energético mais justo e sustentável para o Brasil e para o mundo